terça-feira, agosto 12, 2008

REFLEXO

Há uma estrela cadente
e a luz implícita
e a boiar
neste meu espelho d'água
o reflexo
de antigas dores, como hinos
a lembrar o passado.
Há um chão de basalto
a preto e branco
onde águias se elevam
num voo rasante
sobre a espuma
e o mar, por perto
fala-me das conchas e dos búzios
e de amores marinheiros...
há sons de vozes, ao longe
e gente em nocturnas pescarias;
eu, no entanto, deixei de existir...
fiz-me rumor de onda
e cheiro a maresia
e gaivota, sem ninho
pousada numa nesga de areia!...


Maria Mamede

13 Comments:

Blogger Maria said...

A estrela cadente, o chão de basalto, e o mar.... com as tuas palavras pelo meio... que bonito, Maria Mamede...

Um beijo, com cheiro a maresia

11:10 da tarde  
Blogger De Amor e de Terra said...

Obrigada Maria; votos de que a tua viagem tenha sido um sonho realizado.
Até breve.
Beijo
Maria Mamede

2:44 da tarde  
Blogger FERNANDINHA & POEMAS said...

OLá querida Maria Mamede, lindo poema feito belas palavras,
Beijinhos de carinho,
Fernandinha

8:14 da tarde  
Blogger Patrícia said...

Que poema tão bonito logo no meu dia de anos! Muito bonito Maria, mesmo muito bonito.

Bjs Maria Mamede =)

3:44 da tarde  
Blogger Graça Pires said...

"o mar, por perto
fala-me das conchas e dos búzios
e de amores marinheiros..."
Quantos segredos!
Um beijo.

5:56 da tarde  
Blogger Maria Silvestre said...

A Maria conhece os Açores. Ou pelo menos incorporou-os. Obrigada por partilhar estas palavras de tão pura beleza.
São difíceis os começos de conversa.
Todos somos particulares, desculpe-me o atrevimento: o despojamento deste poema lembrou-me o Carlos de Oliveira e o Teixeira de Pascoaes.
Um beijinho de admiração.

6:16 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Alguns poemas me deixam em estado de hibernação, como se fosse preciso uma pausa para depois voltar a normalidade. Gosto dessas sensações que percorrem a pele e abraçam a alma... Abraços meus e grata pela possibilidade

9:55 da tarde  
Blogger Menina Marota said...

Sempre existe uma estrela cadente no nosso olhar...

Belo poema que saboreio com prazer.

Um abraço e bom fim de semana ;)

2:57 da tarde  
Blogger Filoxera said...

Que bom, ter-te de novo junto de nós... Continua, se puderes!
Beijos.

6:01 da tarde  
Blogger FERNANDINHA & POEMAS said...

Olá minha querida Maria Mamede, bom Domingo!
Beijinhos,
Fernandinha

9:00 da tarde  
Blogger Isamar said...

E há por aqui o mar, a gaivota, o cheiro da maresia, a onda... tudo tem a ver comigo e com essa paixão que um dia será meu leito eterno.
Gosto tanto de te ver de volta, amiga!
Tinha saudades mas sabia-te a trabalhar para em breve editar.
Aguardo esse momento.

Mil beijinhos, poeta.

Bem hajas!

5:14 da tarde  
Blogger Alexandre said...

Mas... o rumor de onda existe... o cheiro a maresia existe e é bom... a gaivota existe a nesga de areia existe por todo o lado... portanto, tu existes!!!

Muitos beijinhos!!!

10:57 da manhã  
Blogger Bichodeconta said...

E eu estarei sempre onde estiveres! Onda, maresia, concha, rochedo, grão de areia também..Mas estarei lá, e em cada onda que bata no teu corpo, sente o meu abraço, em cada melodia de gaivota, sente o meu grito de revolta pelas injustiças do mundo..Mas quando a brisa de mansinho te tocar, sente a minha caricia e a minha amizade..Um beijinho, ell

7:07 da tarde  

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