No mês que findou fez anos que a minha Aldeia foi elevada a Cidade.
Muita vez tenho sido convidada para dizer um Poema relacionado com
essa ou outras efemérides, durante as Sessões Solenes levadas a cabo no
Salão Nobre da Junta de Freguesia.
Desta vez o Poema que escrevi e disse aqui fica...talvez lhe achem
alguma graça!
M.M
AFECTOS
(Aniversário da elevação de S. Mamede Infesta a Cidade)
Corre o tempo sem cuidado
da infância ao fim da vida
corre o tempo e a idade
acompanhando a corrida
transforma tudo em redor;
muita vez transforma a cor
e nela os seus cambiantes
que ora escuros ou claros
vão-nos dando a certeza
que viver é de verdade
dói, afaga e amarfanha
e a nossa vida, tão curta
às vezes é tão tamanha…
mas outras é tão risonha
que a gente esquece e sonha
que é dona da felicidade.
Assim também é a terra
que por berço nos foi dada
pequena ou grande que seja
com muito ou pouco amor
é nossa por toda a vida;
e ‘inda que ela se reparta
por muitas terras além
é sempre ela que é mãe.
E se mais não for memória
de valia, de menção
há sempre algo de ternura
quando a rezamos, baixinho
na boca e no coração.
Cidade, Aldeia, que importa?
Se a tivermos como nossa
e se um dia a escrevermos
dentro do sonho em Azul
que nos ficou na saudade
é a coisa mais bonita
vista brocados ou chita
seja Aldeia ou Cidade!
Corre o tempo e é tão depressa
que a vida passa, que finda;
não importa se foi linda
no tempo que se viveu
importa sim o que fica
nas pegadas que deixamos
e todos quantos amamos
nesta nossa caminhada
tal como importa a raiz
da nossa vida, matriz
na terra que nos foi dada;
e ‘inda que ela se reparta
por muitas terras além
é sempre ela que é Mãe.
E se mais não for memória
de valia, de menção
faz parte da nossa estória
quando a rezamos baixinho
na boca e no coração…
Cidade, Aldeia, que importa?
Se a temos como nossa
e se um dia a escrevemos
dentro do sonho em Azul
que nos ficou na saudade
é a coisa mais bonita
vista brocados ou chita
seja Aldeia ou Cidade!...
Maria Mamede