quinta-feira, junho 23, 2011

UM HINO À CIDADE

De vez em quando volto aos meus poemas à minha Cidade... este é um dos que mais gosto.



UM HINO À CIDADE

Ai esse corpo cidade que a cidade vai abrindo
Esse corpo de ansiedade nas vidas que vão florindo...

Ai esse corpo violado que se esgueira pelas vielas
Esse corpo mal tratado nos corpos deles e delas..

Ai esse corpo almofada sem atavios riqueza
Corpo de pedra lavrada, corpo de vida burguesa...

Ai esse corpo cidade com traineiras na lonjura
Sempre manhã, sempre tarde, nos braços da noite escura...

Ai esse corpo doçura no amor de quem lhe quer
Esse corpo dedilhado, como guitarra - mulher...

Ai esse corpo de espanto desta cidade brumosa
Todo riso, todo pranto, todo amante ansiosa...

Ai cidade marginal no desespero dos dias
Cidade nobre e leal de muitas democracias...

Ai encanto de pintores, de poetas, doutros mais
De jardins cheios de cores, de tertúlias ancestrais

És cidade toda Povo de manjerico na mão
E és Porto de igualdade em Noite de S.João!...



Maria Mamede

6 Comments:

Blogger Maria said...

De como se ama uma cidade...

Um beijo, Maria Mamede.

8:35 da tarde  
Blogger © Piedade Araújo Sol (Pity) said...

e saiu muito bem como homenagem à tua cidade.

uma boa semana!

um beij

1:51 da tarde  
Blogger Ana said...

As palavras que a tua cidade merece, hino que a tua sensibilidade fez nascer.
Tinha saudades de aqui vir bebê-las !
Um beijinho, amiga Maria Mamede.

12:38 da tarde  
Blogger Graça Pires said...

"Ai cidade marginal no desespero dos dias"
Um belo poema à cidade do Porto, que eu também amo...
Um beijo, amiga.

12:32 da tarde  
Blogger Elvira Carvalho said...

Um tão belo poema só podia ter por cenário a cidade do Porto.
Um abraço

10:34 da tarde  
Blogger AnaMar (pseudónimo) said...

Um belo poema, a uma bonita cidade. Apesar da minha eleita ser Lisboa, o Porto está igualmente no meu coração.

12:34 da manhã  

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